sexta-feira, março 06, 2009

Teatro da vida; pessoas e lembranças II

Álvaro Guimarães foi notadamente uma figura importante para o Brasil. Falecido no final do ano passado, Alvinho, como era chamado, traz em sua história nada mais do que a iniciação dos famosos irmãos Bethania e Caetano, pra começo de conversa, e foi figura marcante no teatro baiano dos anos 60 e 70.

Tendo sido diretor teatral, cineasta, dramaturgo e até apresentador de TV – na Bahia muitos podem se lembrar de seu programa Acerte no Álvaro – Alvinho marcou também minha carreira. Na foto, um dos raros momentos de minha vida onde subi ao palco, e mais raro ainda por ter cantado – algo desaconselhável aos ouvidos mais educados.

Alvinho me via tocar e dizia que eu tinha que olhar as pessoas, enquanto tocava, pra seduzi-las, e me estimulava, supervalorizava minhas primeiras composições e até me chamou pra compor o tema de um troféu que ele havia criado. Era o troféu Catarina Paraguaçu, concedido a grandes mulheres da Bahia, entre as quais, se não me falha a memória, Jurema Penna. Compus, ousadamente, um tema para dois violões e contrabaixo acústico, e Alvinho sempre orgulhoso de seu sobrinho; que era como ele me chamava.

Anos depois, ainda pude tê-lo por perto nos ensaios de uma homenagem a Castro Alves, no trabalho de dramaturgista que fiz de uma peça sua – Jung, do divã ao divino – momento onde eu sentia que ele me queria por perto, e depois Alvinho sumiu. Foi pro interior, e ouvia falar, esporadicamente, alguma notícia a seu respeito.

E assim, distante, ele partiu.

Nenhum comentário: