terça-feira, outubro 16, 2007

O que deve ser salvo de esquecimento?


De acordo com Jussilene, é imprescindível partilhar com as novas gerações das artes cênicas as origens e os nomes que contribuíram para a formação do campo profissional no estado. "Não é raro se associar a falta de criatividade e de ação dos artistas contemporâneos ao desconhecimento por soluções técnicas e poéticas de seus predecessores. Como caminhar, como criticar, sem saber o que já foi feito? O problema é que estamos inventando a roda a cada geração", destaca. "É importante que as experiências não sejam entendidas num sentido moral, como certas ou erradas, mas que pelo menos elas sejam consideradas como experimentos poéticos", detalha

Ainda de acordo com a pesquisadora, pela própria efemeridade do fazer teatral, é necessário que ações como estas sejam tomadas com urgência para a dinamização de sua memória. "Além do mais, parte da formação de seus novos membros depende deste olhar, deste rememorar. Não é nenhuma surpresa o fato de que cada vez mais os novos atores se baseiam apenas nos métodos ligados ao naturalismo televisivo para desenvolver suas personagens", analisa.

Citando Hannah Arendt, Jussilene afirma que: "É necessário um juízo comum sobre o que é valioso e digno de ser salvo do esquecimento". Para ela, o ciclo é uma rara oportunidade de confrontar as diferentes memórias dos atores sociais de um período significativo para a implantação do teatro profissional no estado e, em comum, debater atos e questões que merecem ser registrados. "O relembrar é individual, mas a memória é uma construção coletiva", finaliza.

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